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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Da Igreja o Fundamento - Hinário Adventista do Sétimo Dia – Nr. 504

Da Igreja o Fundamento

Letra: Samuel John Stone (1839-1900)
Título Original: The Church Has One Foundation
Música: Samuel Sebastian Wesley (18l0-1876)
Texto Bíblico: Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. (I Coríntios 3:11)

Acompanhe o hino no Youtube

1. Da Igreja o fundamento é Cristo, o Salvador,
    E nele ela descansa, é forte em Seu amor;
    Em Cristo edificada, bem firme ficará,
    Pois sobre a Rocha eterna, jamais se abalará.
2. A Pedra mui preciosa que Deus providenciou,
    Sustenta pedras vivas que a graça trabalhou;
    Sejamos sempre unidos, vivendo em plena luz,
    E a glória desta Igreja será do Rei Jesus.
3. Em meio às duras lutas que deve confrontar,
    Espera a Igreja, em Cristo, um dia triunfar,
    Pois a visão gloriosa enfim se cumprirá,
    E a Igreja vitoriosa, em paz repousará.



Veja a história deste hino 

Este é o hino que nasceu de uma controvérsia teológica. Costuma-se dizer que das coisas ruins nascem, coisas boas. Com certeza poderíamos dizer isso da famosa “Controvérsia de Colenso.”
John William Colenso era um prelado britânico, servindo como bispo anglicano em Natal, África do Sul. Ele era muito ativo na evangelização dos zulus, e defendeu as populações negras contra a dominação bôer. Suas interpretações críticas da Bíblia provocaram vivas polêmicas. Um livro dele, “O Pentateuco e o Livro de Josué”, examinado do ponto de vista da crítica, foi publicado em 1862 e provocou uma grande controvérsia.
Quem mais recebeu os ensinos de Colenso foi o seu superior, o Bispo Gray, Bispo da Cidade do Cabo. Ele demitiu Colenso das suas funções e este apelou à sede da Igreja em Londres.
Quem se interessou muito pela polêmica foi um outro membro da Igreja Anglicana, o Rev. Samuel John Stone, que naquela época estava iniciando o seu ministério.
Nascido em 25 de abril de 1839, Stone, passou os primeiros treze anos na roça. Depois, mudou-se para Londres e estudou no Pembroke College, em Oxford, onde, além dos estudos, participava também ativamente de vários esportes. Mostrou grande talento poético.
Em 1862 era um adjunto numa igreja em Windsor. Enquanto servia a essa igreja, a “Controvérsia de Colenso” estourou. Stone sentiu que as suas ovelhas repetiam friamente o Credo Apostólico, sem realmente sentirem o sentido das palavras. Por isso ele escreveu em 1866 a coleção conhecida como, Lyra Fidelium, constituída de doze hinos sobre os doze artigos do Credo Apostólico.
Um desses hinos era “Da Igreja o Fundamento”, baseado no artigo 9 do Credo, que dizia “Ele é a cabeça do corpo da igreja.”
O hino era um reflexo da própria controvérsia. Tinha, originalmente sete estrofes, mas algumas partes foram omitidas, por conterem expressões pouco condizentes ao louvor. Uma das estrofes omitidas dizia (mais ou menos literalmente, sem nos preocuparmos com a rima e a métrica).
“A Igreja jamais perecerá, Seu Criador a defenderá,
Guiará, sustentará e acalentará,
E estará com ele até o fim.
Apesar do fato de que existem alguns que a odeiam,
E filhos falsos, que diante dela empalideceram,
Ela prevalecerá,
Contra os inimigos ou traidores.”
Em 1864 o hinário “A Selection of Solos and Hymns” (Uma Seleção de Solos e Hinos) foi editado em Londres por Samuel Wesley (neto de Charles Wesley) e Charles Kemble. No hinário de 150 hinos existiam mais de trinta melodias originais de Samuel Wesley. Uma dessas foi ligada ao hino que conhecemos como “Jerusalém Excelsa”, cuja letra recebeu a seguinte tradução para o Português:
O olhar dos oprimidos está em ti, no além,
Cidade de ouro puro, feliz Jerusalém.
Não sei nem imagino o gozo que há em ti,
A glória imarcescível não posso ver daqui.
Oh, doce lar bendito, em breve ver-te-ei,
Teus gozos inefáveis e a paz desfrutarei.
Exulta pois, minh’alma, prorrompe em canção;
Porque bem perto estamos da eterna redenção.
Em 1868, em um apêndice do hinário “Hymns Ancient And Modern” (Hinos Antigos e Modernos), os seus editores usaram aquela melodia de Samuel Wesley para cantar o hino “Da Igreja o Fundamento”, de Stone. Desde então o hino tradicionalmente cantado com a melodia de Wesley, melodia está intitulada “Aurélia”(do latim Aurum, que significa “ouro”).
Em 1870, dois anos depois de lançado o hino de Stone, com a melodia de Wesley, Stone foi a Londres e trabalhou como auxiliar do pai, que também era um prelado da Igreja Anglicana. Em 1874 o pai faleceu, e John Stone continuou no bairro de Haggerstone, conhecido como um bairro pobre e necessitado. Ele foi muito querido pelo povo, e os moradores desse bairro ficaram tristes,  quando, em 1890, com sua saúde enfraquecida; Stone foi transferido para outra igreja. No dia 19 de novembro de 1900 Stone faleceu, vitima de câncer.
O compositor da melodia “Aurélia”, Samuel Wesley, nascido em Londres no dia 14 de agosto de 1810, foi um grande músico. Dotado de grande talento natural, ainda se preparou diligentemente na Universidade de Oxford, onde recebeu os graus de Bacharel e Doutor em Música. Ele foi um organista de grande renome e teve também, vasta experiência como regente.
Contam que Wesley era um inveterado pescador e que um dia, a caminho para apresentar um concerto, viu um lugar tão encantador e tentador para pescar, que mandou o seu assistente prosseguir a viagem, apresentar o concerto em nome dele e avisar que foi detido por motivos superiores; Bill Reynolds, no seu livro Hymns Of Our Faith (Hinos de Nossa Fé), e Roberto McCutchman, no seu livro Our Hymnody (Nossa hinodia), contam esta história.
De qualquer maneira, Wesley foi um grande músico, e deixou uma rica herança de composições. As suas últimas palavras, ao falecer, foram : “Deixem-me ver o céu”.
Na Catedral de Gloucester há trabalho dedicado a Wesley, com os seguintes dizeres: “Este monumento foi colocado por amigos como expressão de alta estima do seu valor pessoal e admiração pelo seu grande gênio musical”. Há, na mesma catedral, uma janela colocada em memória dele, mas o famoso Groves Dictionary of Music and Musicians, diz que “O monumento que mais perdura é o da sua própria criação, que persiste em suas obras”.

Fonte: Se os Hinos Falassem – Bill H. Ichter – Vol. IV – pág. 60 a 63 .
Agradecemos à irmã Wilza Carla Vasco Rabello pelo paciente trabalho de digitação deste material.

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